Comunidades

Conheça algumas das comunidades do entorno ou próximas ao Parque Nacional do Pau Brasil, no município de Porto Seguro!

Vale Verde
Vale Verde, típica vila rural, localiza-se na margem direita do rio Buranhém entre Arraial d´Ajuda e Trancoso, a 39 km da sede do Município de Porto Seguro. 
Possui uma população de aproximadamente 1.560 habitantes.A história do lugar é antiga. Com a vinda dos jesuítas para Porto Seguro, vilas e povoados foram surgindo. Os jesuítas procuravam os indígenas para convertê-los ao cristianismo. Na segunda metade do século XVI fundaram a missão jesuítica Aldeia do Espírito Santo dos Índios ou aldeia Patatiba, que é a atual Vale Verde. A população era formada totalmente por indígenas.
Por estar a mais de 30 km do litoral e de Porto Seguro, seu crescimento foi muito lento. Com a expulsão dos jesuítas o pequeno povoado passa a se chamar Aldeia Vila Verde, em 1759. Já em 1762, já com o crescimento da região do povoado, tornou-se paróquia.Nos séculos XIX e XX melhorou a economia local com o cultivo da cana-de-açúcar e do cacau. Instalara-se ali um engenho que produzia aguardente e açúcar. 
Vão surgindo novos povoados: Bom Jesus, Nossa Senhora da Aparecida e São Miguel. Em 1974, o distrito foi tombado pelo patrimônio histórico. E em 1999, o Iphan restaura a Igreja do Divino Espírito Santo.
Hoje, Vale Verde é um modesto distrito de Porto Seguro. A base da economia é o cultivo da cana-de-açúcar, mandioca, coco e criação de gado. Alguns pequenos armazéns, padarias , bares e alguns pontos de apoio ao turismo  se pode encontrar deliciosos produtos caseiros,produzidos pelo s próprios moradores do distrito. A rodovia BA-001 liga a vila a BR-367, interligando-se com Trancoso, Arraial d'Ajuda e Caraíva. Há um pequeno alambique e uma casa de farinha trabalhando num sistema cooperativado, produzindo a cachaça e farinha.
O ponto alto do distrito são as festas religiosas que ainda permanecem animadas. A festa do Divino Espírito Santo, padroeiro da vila é a mais concorrida. Em 20 de janeiro há a festa de São Sebastião, onde troca-se o mastro antigo por um novo, ao som de cantos religiosos.A Igreja do Divino Espírito Santo, situada na praça do Divino Espírito Santo sedia as celebrações organizadas no distrito.Dona Zulmira (in memorian), filha da comunidade, benzedeira e rezadeira era muito procurada pelo povo da região. Já José de Oliveira, também filho da terra, é autodidata em cavaquinho, violão, violino e sanfona, e compõe música e poesia.

Projeto Vale Verde
Por volta de 1976 surgiu no Sul da Bahia uma pequena comunidade chamada Projeto Vale verde. Com muita dificuldade para produzir nas terras daquele lugar, os poucos moradores que ali se instalaram resolveram abrir uma associação para conseguir recursos e, assim, desenvolver as suas atividades. Alguns recursos vieram mas foram desviados pelos seus administradores. Apesar de tudo, os moradores não desistiram e mesmo sem apoio nenhum produziam o suficiente para sua sobrevivência.
As casas eram construídas de barro, com o passar do tempo surgiram as de adobe (tijolo artesanal de barro). Não havia atendimento médico; as doenças eram curadas com ervas, doenças que eram raras devido à boa alimentação que eles mantinham (alimentos naturais, peixes, aves, etc.).
Nas terras produzia-se de tudo um pouco: mandioca, milho, feijão, banana, laranja, vendidos no vilarejo mais próximo, Arraial D´ajuda, a 11 km da comunidade. O deslocamento dessa produção era feito com a ajuda de animais como o jegue, ou jumento, como muitos conhecem. Foi daí então que surgiu a feirinha do Arraial, local onde os moradores vendiam suas frutas e verduras. Dessa forma alguns moradores do Projeto Vale Verde foram os fundadores da feira que existe até hoje em Arraial.
No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, as crianças já tinham acesso à escola e a comunidade passou a ter acesso ao transporte coletivo. Nesta época, o principal objetivo da comunidade era ter acesso à eletricidade, que alguns anos mais tarde veio por meio do programa Luz Para Todos. Pouco antes da energia elétrica chegar foi construída a rodovia BA-001, que liga Eunápolis a Arraial D´Ajuda e Trancoso, e a partir daí o Projeto Vale Verde passou a ser mais valorizado. Não demorou muito para que muitas pessoas de outros lugares passaram a comprar alguns terrenos na comunidade.
Hoje a comunidade conta com uma escola municipal, uma igreja católica, uma igreja evangélica, uma área protegida pelo Parque Nacional do Pau Brasil, transporte escolar, agentes de saúde, dentre outros benefícios.
Apesar de todas essas conquistas, o Projeto Vale Verde ainda não tem o apoio que deveria ter, mas apesar de tudo uma coisa é certa os moradores desse pequeno lugar têm muito orgulho de fazer parte da história da comunidade.

Nossa Senhora de Aparecida
Do centro da comunidade que é a igreja até a sede do Parque Nacional do Pau Brasil a distancia é de mais ou menos uns 15 quilômetros. Mas há muitos moradores que tem terras vizinhas ou Parque. Na comunidade há aproximadamente 120 habitantes e boa parte deles moram ou arredor do Parque. 
No ano de 1987 chegaram a este lugar três famílias, que vieram do Espírito Santo, que são: a família do senhor Jorge André da Vitória, a família do Senhor Ângelo Gobbi e o senhor Valdir Radinz. Onde essas famílias compraram as terras que só tinha mata, e a primeira atividade foi à carvoeira, em seguida o plantio de café conillon, que continua até nos dias de hoje, mas também com o plantio do mamão, coco, banana, pecuária, pimenta do reino e outros.
No ano de 1988, começamos a participar das celebrações da comunidade Divino Espírito Santo em Vale Verde. Por causa das dificuldades de se deslocar para o patrimônio do Vale Verde, teve-se a idéia do Frei Miguel de se rezar nas casas, neste mesmo ano, e assim a primeira casa que foi celebrado o culto foi na do senhor Jorge André da Vitória. Ficamos rezando nas casas por dois anos, e nestes dois anos celebramos também nas casas das famílias vizinhas.
Vendo que necessitavam de um lugar fixo para celebração, decidimos rezar debaixo do pé de fruta-pão, rezamos lá durante dois anos, mas como não tinha cobertura para chuva, decidimos rezar debaixo á barraca de lona plástica, próximo a residência de Ângelo Gobbi.
Como participava pouca gente, transferiram a celebração para fazenda Linhares, porque havia famílias que não participavam, ficou celebrando nesta fazenda por um ano.
Vendo que havia muitas crianças sem escola, resolvemos construí-la na propriedade do seu Jorge André da Vitória, porque ficava mais centralizado. Na mesma escola ficaria decidido que iria rezar lá até construir a igreja. Quando celebrávamos na escola, quem celebrou a primeira missa foi Frei Miguel. Rezamos na escola por cinco anos com muita dificuldade, começaram a construir a igreja em 1998, ficando pronta um ano depois, essa igreja foi construída por doações das famílias.
Quando estávamos ainda celebrando debaixo do pé de fruta-pão, decidimos ter um padroeiro, assim sendo decidida pela maioria que seria Nossa Senhora Aparecida, por indicação de Dona Laurinda.
As famílias que hoje participam da comunidade, são os filhos dos mesmos que fundaram, só que casados e com mais algumas famílias vizinhas, como a família da fazenda Linhares. As pastorais que tem na comunidade é a Pastoral do Batismo, criança, catequese, dizimo e ministro da Eucaristia. Na comunidade ouvem-se também casamentos. Hoje na comunidade se celebra missa uma vez por mês e os cultos aos domingos pela manhã.
Todo ano no dia 12 de outubro acontece à festa de Nossa Senhora Aparecida, que é a festa da comunidade. Faz-se o trido e no dia 12 se comemora a festa, chamando as comunidades vizinhas. No dia da festa, pela manhã acontece à missa e uma pequena apresentação de como a Nossa Senhora Aparecida foi encontrada, depois tem a quermesse, e pela parte da tarde acontece o jogo de futebol para os homens e umas brincadeiras para as crianças (com um pequeno premio para quem ganhar), além do bolo que a comunidade faz para as crianças.
Além dessa festa da comunidade, existe outra festa que acontece depois da colheita do café conillon pela APROCABE (Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Cafeicultores da Boa Esperança) essa associação é para os agricultores da redondeza que não tem condições de comprar um secador para secar o seu café, seca o café no secador da associação e paga uma pequena quantia em café conillon. Essa festa não tem data definida, pois só acontece depois que os associados acabam de colher e de secar seu café conillon. Quando todos acabam, se faz uma confraternização na sede da APROCABE para comemorar a colheita do café conillon, cada associado leva um prato de comida de casa e lá se faz churrasco, tem cerveja, refrigerante, comida, etc.

A atividade econômica que é feita na comunidade é basicamente a agricultura. As maiorias das pessoas plantam café conillon, mamão e pimenta do reino, há pessoas que trabalham com horta, com doces, maracujá.


Aldeia Velha
A nossa aldeia fica a 25 km do Parque Nacional do Pau-Brasil.
Tem dimensão de 1.798 hectares de terra e fica localizada no distrito de Arraial D’Ajuda, se limitando ao norte, com a margem do rio Buranhém , ao sul com a rodovia de Arraial D’Ajuda –Vale Verde município de Porto Seguro.
Na parte baixa da aldeia fica o mangue, além do rio Buranhém temos lagos sujeitos a inundações pelas chuvas.Na parte alta fica toda a mata preservada a qual se chama de reserva Pataxó de aldeia velha onde o índio trabalha com o ecoturismo, preservação ambiental e afirmação cultural do povo Pataxó.
Na reserva os visitantes terá o prazer de conhecer um pouco da cultura Pataxó ,fazer trilhas ecológicas com demonstrações de armadilhas usadas pelos seus ancestrais para caçar.
Você terá o prazer de conhecer todas as ervas medicinais usadas pelo seu povo, palestra cultural e o grade ritual sagrado e também terá o prazer de degustar o (mukusúi)peixe assado na folha da patioba ,uma culinária do povo Pataxó.
Autores: Wrymehê Pataxó (Érica Souza) e Niognãsé Pataxó(Conceição)